Páginas

terça-feira, 26 de junho de 2012

607. Livros devoradores

 Uma tarde, uma tarde como tantas outras, o meu pai estava a ler um livro que mantinha debaixo dum impresso de IRS para que o chefe não reparasse que ele não estava a trabalhar. E foi nessa tarde que ele, de tão embrenhado, tão concentrado na leitura, entrou livro adentro. Perdeu-se na leitura. Quando o chefe da repartição chegou à secretária do meu pai, ele já lá não estava. 

Afonso Cruz, Os Livros que devoraram o meu pai

Sem comentários:

Enviar um comentário