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sábado, 31 de dezembro de 2011

235. Leitura

por Nick Georgiou

234. Vida

por Charles Chaplin

A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, canta, chora, dança, ri e vive intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.

233. A Magia da Leitura

por Robert Babboni

232. Lendo e escrevendo

por Lindsey Olivares

231. Leitura

Por Voltaire

A leitura engrandece a alma.

230. Leitura

Por Séneca

A leitura especializada é útil, a diversificada dá prazer.

229. Lendo D. Quixote na companhia do cavaleiro

por Alexandre Rampazo

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

228. [Lendo antes de dormir]

por Alex Pelayo

227. Leitura

Por Jorge Luis Borges

Nós mudamos incessantemente. Mas se pode afirmar também que cada releitura de um livro e cada lembrança dessa releitura renovam o texto."

226 Menina lendo

225. Estrutura de um manuscrito medieval

224. Leitura

Por Fernando Pessoa

Descobri que a leitura é uma forma servil de sonhar. Se tenho de sonhar, porque não sonhar os meus próprios sonhos?

223. Borboletas

222. Leva-me até ao teu leitor


Take Me to Your Reader

221. Leitura

Por André Maurois

A leitura de um bom livro é um diálogo incessante: o livro fala e a alma responde.

220. Livraria Lello& Irmão (Porto)


219. Biblioteca

por Maria Helena Vieira da Silva,

Biblioteca, 1949

218. Biblioteca

217. Gato-Natal

216. Compromisso com a Leitura

Por Mário Vargas Llosa

Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por idéias.

215. [Jardim de Livros]

214.Audiolivro?

213. Leitura

Por Séneca

A leitura nutre a inteligência.

212. Caminhos

Por Clarice Lispector

Não é à toa que entendo os que buscam caminho. Como busquei arduamente o meu! E como hoje busco com sofreguidão e aspereza o meu melhor modo de ser, o meu atalho, já que não ouso mais falar em caminho. Eu que tinha querido o Caminho com letra maiúscula, hoje me agarro ferozmente à procura de um modo de andar, de um passo certo. Mas o atalho com sombras refrescantes e reflexo de luz entre as árvores, o atalho onde eu seja finalmente eu, isso não encontrei. Mas sei de uma coisa:Meu caminho não sou eu. É outro. É os outros Quando eu puder sentir plenamente o outro estarei salva e pensarei:eis o meu porto de chegada.”

211. A Leitora Parapsicóloga

210. Naufrágio

poema de Cecília Meireles



Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar

Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.

Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.

209. Timidez

Por Cecília Meireles

Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...

- mas só esse eu não farei.

Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes...

- palavra que não direi.

Para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos,

- que amargamente inventei.

E, enquanto não me descobres,
os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo,
até não se sabe quando...

e um dia me acabarei.

208. Liberdade

Por Cecília Meireles

Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.

207. Read

206. É melhor partilhar a leitura do que impô-la

por Anna Burighel

La lectura millor compartir-la que imposar-la;

205. Viajando por entre as páginas do livro

por Teresa Ramos

204. Biblioteca Digital

203. Livro Digital

202. Os Livros Suspensos

Os Livros Suspensos
(Entrado do Museu de Arte Moderna de Istambul)

201.Fazer as Pazes

Por Miguel Esteves Cardoso

Para fazer as pazes é preciso haver uma guerra. Mas, quando não há uma guerra ou só a suspeita, ou ciúme, de haver uma ameaça, ou uma desatenção, de a paz que encanta e apaixona, se tornar num hábito, as pazes ficam feitas e celebra-se essa felicidade.
O conflito e a diferença de personalidades - a identidade pessoal de cada um e quanto estamos dispostos a sacrificarmo-nos por defendê-la - são grossamente exagerados. É a necessidade de se achar que se é diferente - nos afectos, nas necessidades - que provoca todos os mal-entendidos e a maior parte das infelicidades.
Muito ganharíamos - se perdêssemos só o que temos de perder e amargar -, se partíssemos do princípio que somos todos iguais, homens e mulheres, eu e tu, eles e nós. E que é o pouco que nos diferencia e distancia, por muito caro que nos saia, que consegue o milagre de tornarmo-nos mais atraentes uns aos outros.
As guerras imaginadas são mil vezes melhores do que as verdadeiras. A ilusão da diferença (de personalidades, sexos, sexualidades, culturas - e tudo o mais que arranjamos para chegar à ficção vaidosa que cada um é como é) passou a ser o que apreciamos ser a nossa nociva e dispensável individualidade.
A melhor maneira - a única - de fazer as pazes é reconhecer que não houve guerra. Vale apenas o pressentimento humilde e paranóico de um vago desejo, da parte das duas partes amadas, de exprimirem hostilidades, por muito indesejadas e inexistentes. Que nem isso foram.

Miguel Esteves Cardoso, Jornal Público ( Jul 2011)'

200. Tu ensinaste-me a fazer uma casa:

Por Joaquim Pessoa

Tu ensinaste-me a fazer uma casa:
com as mãos e os beijos.
Eu morri em ti e em ti os meus versos procuraram
voz e abrigo.
E em ti guardei meu fogo e meu desejo.
Construí a minha casa.
Porém não sei já das tuas mãos. Os teus lábios perderam-se
entre palavras duras e precisas
que tornaram a tua boca fria
e a minha boca triste como um cemitério de beijos.

Mas recordo a sede unindo as nossas bocas
mordendo o fruto das manhãs proibidas
quando as nossas mãos surgiam por detrás de tudo
para saudar o vento.

E vejo ainda o teu corpo perfumando a erva
e os teus cabelos soltando revoadas de pássaros
que agora se recolhem, quando a noite se move,
nesta casa de versos onde guardo o teu nome.

Joaquim Pessoa, Os Olhos de Isa

199. A Gigantesca pequena coisa

Texto de Beatrice Alemagna

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

198. Menina Lendo

por Gustav Adolph Hennig

Menina lendo (1828)

197. A Leitora

por Gustav Adolph Hennig

A Leitora (1829)

196. Uma casa cheia de livros.

por José Luís Peixoto

Os livros, esses animais sem pernas, mas com olhar, observam-nos mansos desde as prateleiras. Nós esquecemo-nos deles, habituamo-nos ao seu silêncio, mas eles não se esquecem de nós, não fazem uma pausa mínima na sua vigia, sentinelas até daquilo que não se vê. Desde as estantes ou pousados sem ordem sobre a mesa, os livros conseguem distinguir o que somos sem qualquer expressão porque eles sabem, eles existem sobretudo nesse nível transparente, nessa dimensão sussurrada. Os livros sabem mais do que nós mas, sem defesa, estão à nossa mercê. Podemos atirá-los à parede, podemos atirá-los ao ar, folhas a restolhar, ar, ar, e vê-los cair, duros e sérios, no chão.
Quando me pediram para entrar numa sala, entrei. Não contava surpreender-me. Estávamos numa biblioteca pública e eu era capaz de imaginar com antecedência o que me queriam mostrar. A senhora que caminhava dois passos à minha frente era dona de uma voz branda, feita de boa fazenda, e dizia que se tratava da oferta de um senhor que tinha morrido. O filho tinha cumprido a vontade do pai e tinha acordado as condições com a biblioteca: quase nenhumas. A sala não era uma sala, era uma sucessão de salas. Cada uma delas estava completamente ocupada por estantes cheias. Com a mesma voz de antes, a senhora explicava-me que os livros tinham vindo nas próprias estantes onde estavam. Uma empresa de mudanças tinha-se ocupado desse serviço durante dia e meio, sem parar, meia dúzia de homens.
Eu já vi muitos livros e não contava surpreender-me mas, depois, prestei mais atenção. Enquanto ouvia a descrição do cenário em que encontraram os livros - uma casa cheia de livros, todas as paredes cheias, do chão ao tecto, prateleiras com duas fileiras de livros, pilhas de livros - foquei o meu olhar nas lombadas, nos títulos. A forma como estavam ordenados, lembrou-me a caligrafia da minha avó, uma caligrafia septuagenária, agarrada a uma perfeição talvez desnecessária, a um esforço de manter a correcção mesmo depois de estar quase tudo perdido, como se essa correcção pudesse salvar. Tratava-se de uma organização que previa a dimensão estética - o tamanho das edições, as colecções, as cores das capas - mas, também, uma vertente literária - géneros, história da literatura - e alfabética - B depois do A. Por vincos ínfimos, dava para perceber que eram livros lidos. Mas tão bem tratados, tão minuciosamente acarinhados. Ao mesmo tempo, entre prateleiras, entre salas, fui percebendo quais eram os autores que, criteriosamente, não estavam representados e quais os que tinham toda a sua obra naquelas estantes; fui percebendo quais os períodos e os temas que interessavam à pessoa que juntou todos aqueles milhares de livros.
É uma vida, repetia a senhora, é uma vida inteira. E contou que aqueles livros estavam agora à espera de serem catalogados e, a pouco e pouco, arrumados junto dos outros. Foi nesse momento que consegui distinguir com clareza o quanto estavam assustados. Olhavam para todos os lados, não conheciam o futuro que os esperava. Afinal, o eterno podia mudar com tanta facilidade, bastava um sopro. Foi nesse momento que consegui distinguir as suas vozes fininhas, a cruzarem-se no ar daquelas salas, cheiro a livros e a medo. Vestidos com roupas novas, roupas nobres e tão despreparados para as exigências de uma realidade feita de mãos e transtornos, feita de pressa real.
Muito tempo depois de sair de lá, a quilómetros de distância, voltei a pensar naqueles livros. Aquela selecção privada iria diluir-se nas prateleiras da biblioteca. O fim de uma ilusão costuma causar-me melancolia. Foi o caso. Muito provavelmente, na memória daqueles livros, o tempo que passaram nessa casa antiga, protegida, iria diluir-se também. Daqui a anos, depois de mundo e cicatrizes, ao encontrarem-se por acaso poderão nem sequer reconhecer-se. Poderão ser como aquelas pessoas que se reencontram e que não sabem se devem cumprimentar-se ou não e que, ao não fazê-lo, é como se tivessem deixado de conhecer-se.
Os livros, esses animais opacos por fora, essas donzelas. Os livros caem do céu, fazem grandes linhas rectas e, ao atingir o chão, explodem em silêncio. Tudo neles é absoluto, até as contradições em que tropeçam. E estão lá, aqui, a olhar-nos de todos os lados, a hipnotizar-nos por telepatia. Devemos-lhes tanto, até a loucura, até os pesadelos, até a esperança em todas as suas formas.


José Luís Peixoto, Jornal de Letras (Maio, 2011)

195. Menina lendo

por Alexander Demidov

194. [Mulher lendo com gato]

por Alexander Demidov

193. Que tempo para ler?

por Karl Lagerfeld

For every book you buy, you should buy the time to read it.

192. Biblioteca

por Maria Helena Vieira da Silva

Biblioteca (1955)

181. Os livros e a Vida

por José de Almada Negreiros

Entrei numa livraria. Pus-me a contar os livros que há para ler e os anos que terei de vida. Não chegam, não duro nem para metade da livraria.
Deve certamente haver outras maneiras de se salvar uma pessoa, senão estou perdido...

José de Almada Negreiros, A Invenção do Dia Claro

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

190. Bibliotecária, a senhora dos sonhos

por Evangelina Prieto


Librarian, mistress of dreams

189 Cadeira-estante

188,

187. READ (Estante)

186. Cidade

por Sophia de Mello Breyner Andresen

Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,
Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
Saber que existe o mar e as praias nuas,
Montanhas sem nome e planícies mais vastas
Que o mais vasto desejo,
E eu estou em ti fechada e apenas vejo
Os muros e as paredes, e não vejo
Nem o crescer do mar, nem o mudar das luas.

Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas pela sombra das paredes
A minha alma que fora prometida
Às ondas brancas e às florestas verdes.

Sophia de Mello Breyner Andresen, Obra Poética (Caminho)

*

Ilustração de por Frédérique Bertrand

185. Livrinhos

por Frédérique Bertrand

184. Qu'est-ce que vous voulex jeune fille?

por Frédérique Bertrand

183. O Livro Bom

por Sarah Wilkins

The Good Book

182. Primavera em Nova Iorque

por Sarah Wilkins

Springtime in New York City

181. Gato sobre Livro (pin)

por Edward Corey
Cat on book pin

180. Sonhos

por William Shakespeare

Nós somos do tecido de que são feitos os sonhos.

179. Fernando Pessoa no Google

Exibido em 13-06-2011

178. Vítima dos sonhos

por Martin Luther King

Eu também sou vítima de sonhos adiados,de esperanças dilaceradas, mas, apesar disso,eu ainda tenho um sonho, porque a gente não pode desistir da vida.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

177.Sitting Pretty

por Sarah Wilkins

176. Leitura

por Carlos Drummond de Andrade

A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede.

175 Mulhere recostada com livro

por Fernand Leger

Mulhere recostada com livro, 1922.

174. Bibliotecária

por Pierre Lohner

173. Reed a Book

172. Easy Reader

por Nils Holger Moormann

171. Amor

por Paulo Afonso Ramos

Não quero escrever sobre o amor
aquele amor interminável
que se confunde com o sonho
e nos faz ansiar

não quero
ter uma alma
encostada ao desnorteio
e a permeio
um coração em sobressalto

e assim
não vou escrever
o que se confunde com a dor

amor

Paulo Afonso Ramos, Passos Espalhados pelo Chão (Lua de Marfim, 2011)

170. Amar a leitura

por John F. Kennedy

"Amar a leitura é trocar horas de fastio por horas de inefável e deliciosa companhia."

169. O Glamour da Leitura

por Elisabeth Jonkers

The glamor of reading

168. Meninas lendo

por Jessie Willcox Smith (1863 – 1935)


Good Housekeeping

167. Semana do ivro Infantil

por Jessie Willcox Smith (1863 – 1935)

Children’s Book Week

166. Psicanálise da escrita

Por Ana Luísa Amaral

Mesmo que fale de sol e de montanhas,
mesmo que cante os ínfimos espaços
ou as grandes verdades,
todo o poema
é sobre aquele
que sobre ele escreve

Quando os traços de si
parecem excluir-se das palavras,
mesmo assim é a si que se descreve
ao escrever-se no texto
que é excisão de si

Todo o poema
é um estado de paixão
cortejando o reflexo
daquele que o criou

Todo o poema
é sobre aquele
que sobre ele escreve
e assim se ama de forma desmedida,
à medida do verso onde a si se contempla
e em vertigem
se afoga

Ana Luísa Amaral, Vozes

165. Amor pela Leitura

por bunnydee

Love to reed

164. A Mulher

Por António Ramos Rosa

Se é clara a luz desta vermelha margem
é porque dela se ergue uma figura nua
e o silêncio é recente e todavia antigo
enquanto se penteia na sombra da folhagem.
Que longe é ver tão perto o centro da frescura

e as linhas calmas e as brisas sossegadas!
O que ela pensa é só vagar, um ser só espaço
que no umbigo principia e fulge em transparência.
Numa deriva imóvel, o seu hálito é o tempo
que em espiral circula ao ritmo da origem.

Ela é a amante que concebe o ser no seu ouvido, na corola
do vento. Osmose branca, embriaguez vertiginosa.
O seu sorriso é a distância fluida, a subtileza do ar.
Quase dorme no suave clamor e se dissipa
e nasce do esquecimento como um sopro indivisível.

António Ramos Rosa , O Volante Verde (Moraes ed., 1986)

163 Book Tree

por Sarah Wilkens


162. Autumn Stroll

por Sarah Wilkins



Autumn Stroll
artwork for Tote Bag)

para:
Barnes & Noble Stores