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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

212. Caminhos

Por Clarice Lispector

Não é à toa que entendo os que buscam caminho. Como busquei arduamente o meu! E como hoje busco com sofreguidão e aspereza o meu melhor modo de ser, o meu atalho, já que não ouso mais falar em caminho. Eu que tinha querido o Caminho com letra maiúscula, hoje me agarro ferozmente à procura de um modo de andar, de um passo certo. Mas o atalho com sombras refrescantes e reflexo de luz entre as árvores, o atalho onde eu seja finalmente eu, isso não encontrei. Mas sei de uma coisa:Meu caminho não sou eu. É outro. É os outros Quando eu puder sentir plenamente o outro estarei salva e pensarei:eis o meu porto de chegada.”

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